O Profissional de Contabilidade e as oportunidades da profissão foi o tema da palestra do Prof. Dr. Valcemiro Nossa, diretor da FUCAPE – Business School, na abertura da Semana de Contabilidade do Centro Universitário Santo Agostinho, nesta quinta-feira, 22 de abril. O evento faz alusão ao dia do Contabilista, celebrado no dia 25 de abril.

Na abertura do evento, o coordenador do curso de Ciências Contábeis do UNIFSA, Prof. Dr. Josimar Alcântara, deu as boas-vindas aos participantes e afirmou que o evento visa promover a valorização da profissão e o crescimento profissional do discente, docentes e comunidade em geral.

O Prof. Valcemiro Nossa, Doutor em Controladoria e Contabilidade, é Coordenador do Mestrado e Doutorado Profissional em Ciências Contábeis da FUCAPE, sendo presidente do Instituto Fucape de Tecnologias Sociais e Vice-Presidente da CEBRAF – Confederação Brasileira de Fundações (desde 2014), Presidente do conselho Fiscal do IBEF/ES. O professor, que é Membro do conselho Fiscal do Instituto Terra e Membro da Diretoria da CEMA – Centro de Mediação e Arbitragem da AESCON, desde 2003, é Membro do Grupo de Experts em Padrões de Contabilidade Internacional (ISAR), órgão ligado a área de Negócios e Desenvolvimento da ONU.
O pesquisador diz que vem sempre pesquisando, desenvolvendo e criando projetos, tendo em vista ter um ensino de qualidade, de fato. “Minha dissertação de mestrado tratou disso, sobre qualidade do ensino, principalmente da formação do contador. E foi dai que surgiu o projeto, onde atuo hoje, que é a Fucape que, como a Santo Agostinho, tem 21 anos”, contou.

A empregabilidade foi um dos primeiros temas da conferência ministrada pelo Prof. Dr. Valcemiro Nossa. Para ele, o profissional da área de contabilidade tem muita chance de estar empregado. “Mas o que vai diferenciar são as habilidades do profissional, seus conhecimentos; é aquilo que ele conseguiu agregar, o que conseguiu em termos de conhecimento em contabilidade”, disse. Para o pesquisador, ser contador, é uma boa profissão. “É, é uma boa profissão, mas também depende do espaço que você deseja ocupar: mais em cima ou mais embaixo? São caminhos diferentes para se seguir”.

Um dos desafios é manter-se sempre atualizado e preparado para atender às mudanças na realidade. Por isso, ele iniciou a palestra transcorrendo sobre as diferentes revoluções pelas quais o mundomercado já atravessou, como, por exemplo, a Revolução Industrial. Mas, para ele, nada se compara ao atual estágio de transformações tecnológicas que marcam profundamente a nossa era. “De cinquenta anos para cá, surgiu o computador, a engenharia genética, o celular, grandes avanços. Cada etapa dessa teve a sua própria revolução. E as revoluções não pararam de acontecer. Estamos na quarta revolução, quando a tendência é que tudo seja automatizado. É uma convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas”, disse. Outras mudanças estão a exigir que o profissional esteja mais preparado para utilizar as tecnologias digitais. “O processo avançou. Tarefas repetitivas, no futuro, não precisarão mais de nós, mas de um robô, que vai fazer isso. Mas, peraí, o que que vai sobrar pra gente? Na realidade, temos que avançar mais em tarefas mais intelectuais, em que possamos resolver problemas”, disse.

O professor conta que, em 2020, um artigo publicado em uma revista de contabilidade, afirmava que a revolução tecnológica, que ocorria no mundo dos negócios, abria oportunidades e desafios para a área contábil. “Vale a pena ler esse artigo depois. Mas diz o seguinte: algumas ocupações tem muitas probabilidades de computadorização. muitas áreas das profissões serão mais computadorizadas, ou seja, terão computadores para desenvolver tarefas”, afirma.

O Prof. Dr. Valcemiro Nossa acredita que os escritórios de contabilidade também precisam investir em tecnologia. O investimento é necessário, porque é investimento, mas, ainda tem um alto custo. Para ele, o profissional de contabilidade precisa não apenas investir em tecnologia, mas aprender a lidar com a tecnologia, criar softwares, por exemplo. O problema, segundo ele, é que nem todos os profissionais tem essas habilidades digitais; outros, têm resistências. “Mas o mundo está carente de pessoas habilitadas pra fazer isso. Há uma enorme defasagem de mão de obra especializada”, argumenta.

Outro desafio é as múltiplas habilidades que o profissional da Contabilidade deve desenvolver. “O contador não deve fazer só contabilidade, o beabá da contabilidade: tem que gerar ações para os seus clientes, trazer sugestões para eles, do que fazer no dia a dia do negócio dele”, explica. Segundo o professor, o contador deve trazer valor para o seu cliente, fornecer um serviço de qualidade.

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