Um dos maiores eventos científicos do Piauí, a Semana Científica do Centro Universitário Santo Agostinho começou nesta segunda-feira, dia 5 de outubro, comemorando a sua maioridade. São 18 anos de trajetória, celebrando o conhecimento, a pesquisa e a divulgação científica.
O tema deste ano (A reinvenção profissional na sociedade Pós-pandemia: transformando as formas de atuar no mundo) destaca a preocupação do mundo com os rumos da vida humana após a Pandemia da COVID-19.
O cerimonial da noite foi conduzido pela profa. Ma. Karoline Costa e Silva, docente do curso de Psicologia e integrante da Comissão de Ética em Pesquisa do UNIFSA. “Nesses 22 anos, o UNIFSA foi cenário de muitas histórias, que foram construídas e reconstruídas. Como ex-aluna e agora, docente, sinto-me parte dessa história e feliz por ter contribuído”, disse a profa. Karoline.
Após a execução do Hino Nacional, Yara Lira, reitora do Centro Universitário Santo Agostinho, destacou a trajetória de 22 anos da instituição. “Em 1998, não abri a Faculdade Santo Agostinho sozinha, mas com uma grande equipe. Começamos com dois cursos, poucos alunos e poucos docentes. Hoje, temos 15 cursos de graduação, e temos em torno de 5 mil alunos. Na nossa graduação à distância, temos 25 cursos e na Pós-Graduação, mais 15 cursos”, disse.
Ao comemorar os 22 anos da instituição em 2020, a reitora destacou o papel dos alunos, professores e do corpo administrativo no enfrentamento dos desafios trazidos pela pandemia da COVID 19. “Queridos alunos, vocês foram 10! Trocaram conhecimentos com seus colegas e professores de forma amorosa. Eu acredito que a pandemia também trouxe amor; não foi só dor”, disse. A reitora destacou o compromisso dos colaboradores, nesse processo. “Nós vencemos e estamos vencendo tantos desafios. Temos que ter coragem, fé e esperança. E este é o momento de ressignificar, é um momento de ter um novo olhar”, disse.
A Pró-Reitora de Ensino, Profa. Ma. Antonieta Lira e Silva, em sua fala, destacou os 18 anos da Semana Científica. “Esse evento tem contribuído para levar conhecimento e valorizar a pesquisa em nosso estado, ciência esta que tem se confirmado essencial para o mundo todo. Hoje, o mundo todo está esperando que mentes brilhantes da ciência descubram uma vacina que nos ajude a sair dessa pandemia”, disse.
A coordenadora da pós-graduação do UNIFSA, professora Dra. Izabel Herika Cronemberger, representante da comissão organizadora e do corpo docente da instituição, se manifestou em nome de toda equipe organizadora. “Estar à frente da coordenação de Pós é uma grande missão. São muitas atribuições, mas a confiança do lugar onde estou, são muito gratificantes.
O segundo momento da abertura da XVIII SEC foi dedicado ao tema “A reinvenção profissional na sociedade Pós-pandemia: transformando as formas de atuar no mundo“, abordando esse tema sob várias perspectivas. Antonieta Lira e Silva iniciou, Pró-Reitora de Ensino do UNIFSA, falou sobre a dimensão educacional, explorando as repercussões da pandemia na Educação, especialmente, no Centro Universitário Santo Agostinho. “Fomos arrancados de nossas vidas, e não tivemos escolha. A referência que tínhamos de vida, se modificou. No primeiro momento, o primeiro impacto, foi cuidar da vida, especialmente, das pessoas que amamos”, disse.
A Pró-Reitora lembrou que na educação, desde o dia 16 de março, vivemos uma revolução. Todas as instituições de ensino fecharam e tiveram que se reinventar. “Hoje temos 1.230 disciplinas de forma remota”, comemora.
“Mesmo antes da Pandemia, já tínhamos uma necessidade de uma ruptura paradigmática, especialmente, com a necessidade de inovar, diante de uma regulação que era um pouco ultrapassada”, informa. o distanciamento social causado pelo combate à pandemia compromete a vida de mais de 1.57 bilhão de estudantes e 63 milhões de professores em todo o mundo, segundo dados da Edux Consultoria de Julho de 2020.
Segundo ela, a Educação Superior é conservadora e lenta para as mudanças. O setor é extremamente regulado, avaliado e supervisionado pelo MEC E, ainda, sofre influências dos Conselhos Profissionais. “A pandemia acelerou alguns processos que já estavam em andamento, como o trabalho remoto, a Educação à Distância, a sustentabilidade, a imprevisibilidade. Estamos ano, mais que nunca, vivemos um treino de paciência e de resiliência. Toda a humanidade foi afetada, não só a Educação”, disse.
O prof. Me. Edjôfre Coelho de Oliveira, docente e tutor pedagógico do UNIFSA, falou sobre a dimensão humana no enfrentamento da pandemia. Ele cita um trecho da letra da música Amarelo, do rapper Emicida: “Não deixe que suas cicatrizes falem por nós. A gente precisa fazer com que elas nos acalentem de alguma forma, como isso fará que eu evolua como pessoa, de me posicionar no mundo, de entender o que está acontecendo nos outros países além do outro. Ter essa compreensão de que eu preciso estar com minhas cicatrizes. Ter esses medos, conquistas, as situações vividas, que vão nos constituir como gente. Quando formos pessoas melhores, conseguiremos ter um mundo melhor”, disse.
Ele lembra conforme o psicólogo Lev Vygotsky, que a crise nos tira da apatia e nos movimenta. Para o professor, a crise traz possibilidades de mudança. “A crise que não escolhi, que não tem como fugir dela, mesmo porque não está concentrada. Não é Teresina que está em crise, ou o Piauí, o Brasil. É o mundo. E isso faz com que a gente se desequilibre. Mas a crise nos movimenta. A crise faz com que a gente olhe para o lado, seja porque engordou ou porque as roupas já não falam mais sobre quem somos ou porque não importa mais para nós essas roupas, porque não correspondem mais a nossa espiritualidade”, disse.
A profa. Ma. Eldelita Águida Porfírio Franco, Coordenadora do NEAD do UNIFSA, falou sobre a dimensão social. “O profissional, hoje, precisa ser diferenciado. Mas o que o mercado quer? O profissional que repete mecanicamente? Não, o que o mercado quer o Lifelong Learning ou aquele que se mantém em formação continuada”, disse. A professora questiona o que moldará o futuro do trabalho: as habilidades e/ou diplomas? Para ela, o profissional deverá ser cada vez como um canivete suíço ou seja, possuir múltiplas habilidades. E, nesse sentido, deverá possuir, também, micro certificações ou as múltiplas capacitações. “Quanto mais competência, mais chances o profissional terá de se estabelecer nesse mercado”, diz.
O World Economic Forum trouxe 2020 habilidades e competências que os profissionais devem ter, como solução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, empatia com os outros, inteligência emocional, bom senso e tomada decisão, orientação para serviços. “São habilidades que realmente o profissional precisa, para além das qualificações acadêmicas, e que serão muito valorizadas”, diz