Em 2007, quando começou a filmar “Ai que Vida“, Cícero Filho era egresso do curso de Jornalismo na Faculdade Santo Agostinho e trabalhava no Núcleo de Comunicação da instituição. Cícero relembra a relação de sucesso com a instituição. “A Santo Agostinho sempre acreditou em mim, em meu talento. Inclusive, cedendo equipamentos, patrocinando o filme, dando todo o suporte técnico. A relação com a Santo Agostinho sempre foi excelente. Foi onde me formei e trabalhei. É uma parceria antiga e de sucesso”, conta Cícero, hoje com 38 anos.
Funcionários e estudantes da então Faculdade Santo Agostinho participaram das gravações como parte do elenco ou dos figurantes. É o caso da protagonista Charlene, interpretada por Irisceli Queiroz; Gunnar Campos (Romeu), egresso do curso de Psicologia; e Wellington Alencar (Jerod), egresso do curso de Jornalismo. “A instituição cedeu espaço físico para que realizássemos os testes de elenco e algumas gravações foram feitas no local”, disse Cícero.
Ai que Vida, lançado em 14 de setembro de 2008 nos cinemas do Piauí, comemora em 2022, 15 anos de lançamento. Hoje, é um dos filmes brasileiros mais assistidos no You Tube, com mais de 25 milhões de visualizações. Esse sucesso todo era impensável para o jovem cineasta que nasceu em Poção de Pedras, no Maranhão. “O filme foi todo gravado em formato analógico e a gente dificuldades em todos os aspectos na época, desde a falta de recursos financeiros a limitações de logística. Ao todo, o filme levou quase dois anos para ficar pronto, ao custo de 30 mil reais”, disse.
O filme foi primeiro lançado no Cinema do Riverside Shopping, alcançando a marca de mil espectadores em menos de uma semana, superando a bilheteria do filme “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, que estava em exibição naquela sala. No final da temporada neste shopping, o filme alcançou a cinco mil espectadores.
Segundo Cícero Filho, foram feitas pouquíssimas cópias originais desse filme, cerca de 300 DVDs. Mas, em pouco tempo, o filme se tornou um fenômeno de vendas de cópias piratas nos camelôs de todo o país. “A gente não tinha distribuidora e a pirataria deu projeção nacional ao filme. Mas, ao mesmo tempo, deu muita visibilidade ao diretor e ao elenco”, disse.
SAIBA MAIS
Sinopse
Em meados dos anos de 1990, a fictícia cidade de Poço Fundo, no interior do nordeste, está vivendo um verdadeiro caos em sua administração pública. O prefeito Zé Leitão (vivido pelo ator Feliciano Popô) é um corrupto de mão cheia, capaz de tudo pelo dinheiro, e o egoísmo é a sua principal característica.
Zé Leitão já governa Poço Fundo há quatro anos, mas nada fez pela cidade em seu mandato. A população não consegue enxergar as coisas ruins que o prefeito faz. São iludidos com as falsas palavras de Zé Leitão e pelos “programas sociais” que são realizados em seu mandato. A microempresária Cleonice da Cruz Piedade (vivida pela atriz Antonia Catingueiro) se revolta com os absurdos administrativos de seus governantes, e decide “acordar” o povo sobre a real situação da cidade. Ela luta pelos direitos do povo e consegue arrastar multidões para ouvir seus discursos, tornando-se assim querida por toda a população.