Responsabilidade Social define o Projeto de Extensão Rural “Educação em Saúde” – PERES, criado em 2007, pelo professor do curso de Enfermagem, Disraeli Rocha. O projeto tem por objetivo aproximar o aluno da realidade do Nordeste brasileiro, especialmente, no que concerne aos serviços públicos de saúde ofertados em municípios do interior do estado do Piauí, propiciando o desenvolvimento de comunidades carentes. “Ao tempo em que contribui para o desenvolvimento de comunidades carentes com ações relacionadas com atenção básica de saúde, integra os diferentes cursos da instituição”, explica o professor Disraeli. O projeto propicia que alunos de cursos da área de saúde a atuarem como agentes comunitários de saúde em comunidades carentes do interior do Estado, possibilitando que o conteúdo aprendido em sala de aula seja exercido em atividades práticas. “No retorno à instituição, docentes e discentes sempre trazem um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento da prática”, disse.
Para o professor, a extensão acadêmica é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. “A extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração de um conhecimento acadêmico”, explica.
A cada edição, os alunos do UNIFSA passam por uma seleção para, em seguida, viajarem para municípios do interior do Piauí, onde desenvolverão ações, tais como: visitas domiciliares, cursos para agentes comunitários de saúde – ACS, cuidados com higiene oral das crianças, realização de brincadeiras educativas, entrega de brinquedos e orientação nutricional. O grupo ainda ministra palestras e realiza testes como, por exemplo, de glicemia capilar em idosos. “A metodologia do desenvolvimento do PERES desde 2007 é ação construída no fazer de acordo com os interesses e motivações dos atores sociais envolvidos”, explica. Segundo o professor, a metodologia de trabalho é embasada nos princípios teóricos da educação popular, que preconiza a participação reflexiva do ator social. “Este princípio tem por finalidade estimular a máxima participação das comunidades nas atividades e iniciativas a serem implementadas com as populações excluídas socialmente que vivem e convivem com os mesmos”, disse o professor. Essa metodologia tem embasamento na Teoria Construtivista, na qual, a participação direta dos atores sociais se apresenta como exigência no processo de construção e apreensão de conhecimentos. Desse modo, prioriza-se a dinâmica do aprender a fazer fazendo e fazer para aprender.
As ações do projeto estão sendo implementadas em municípios do interior do Nordeste com baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. Nesse sentido, foram realizadas 04 ações no Município de Vera Mendes – PI , 01 ação em Itainopolis – PI , 01 ação em Olho D’gua do Piaui, 01 ação em Miguel Alves , 01 Ação em Miguel Leão , 01 Ação em Porto –PI . Sendo a ultima edição realizada em Lagoa do Sítio – PI. A ação ocorre mediante parceria entre as prefeituras e o UNIFSA. “Até o momento, realizamos ações no interior do Piauí, mas vamos estender para o interior de outros estados nordestinos”, explica Disraeli Rocha.
De acordo com o coordenador do projeto, cada ação é diferente da outra, “porque são cidades diferentes, cultura diferente ou pessoas diferentes. E cada operação tem que se adequar a realidade do local”, explica. Dentre as ações implementadas destacam-se cursos para Agentes Comunitários de Saúde – ACS, Criação de Programas de Rádio na radio municipal voltado a saúde, curso de xadrez nas escolas municipais , Roda de conversa com os professores da rede pública “troca de experiência”, implantação da saúde do homem, debate com jovens a respeito da sexualidade, orientação profissional e Drogas ilícitas, implantação de grupo de idosos, grupo de hipertensão e diabetes – HIPERDIA, cinema popular na praça , torneios desportivos e festas culturais.
A equipe de cada operação varia de 08 a 12 acadêmicos, dependendo de cada edital. Podem participar alunos de todos os curso do UNIFSA. Segundo Disraeli Rocha um dos fatores mais positivos do projeto é fazer o acadêmico trabalhar com pessoas de cursos diferentes, construindo a ideia de “equipe multiprofissional”, o que lhe dará uma facilidade de lidar com pessoas de áreas diferentes no mercado de trabalho.
De acordo com o professor Disraeli Rocha, “o maior legado para os alunos não é aprender sobre os protocolos e políticas públicas dos ministérios da educação e saúde. É ter a vivência da realidade do interior do nordeste, aprender e conviver com pessoas de culturas diferentes e principalmente tornar-se um cidadão responsável pelo coletivo e um profissional mais humano”, explica.