PIBIC UNIFSA: Pesquisadores reúnem informações sobre Movimentos Sociais no Piauí no final da Ditadura Militar do Brasil

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Os movimentos sociais são organizações da sociedade civil, que integram diversas ações coletivas com o intuito de conquistar transformações sociais por meio do debate político, cultural e econômico dentro de um determinado contexto. Tomando por base a importância dos movimentos sociais para mudanças importantes em diversos períodos da nossa história, sobretudo em momentos difíceis, como foi o período da Ditadura Militar brasileira (1964-1985), a professora Me. Conceição de Maria Sousa Batista e a estudante do curso de Serviço Social, Sâmia Maria Costa Rodrigues, decidiram realizar a pesquisa intitulada de “Movimentos sociais no Piauí: uma análise a partir dos noticiários veiculados no jornal O Dia, no período de 1985 a 1990”.

A pesquisa foi realizada dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Centro Universitário Santo Agostinho. As pesquisadoras explicam que a escolha do tema partiu da curiosidade em entender um período da história que o País estava saindo de um regime autoritário, momento esse que fortaleceu os movimentos sociais em todo o Brasil.

A carência de estudos nesta área também faz parte dos pontos relevantes para a pesquisa. “Quando pensamos em estudar esse tema, procuramos estudos relacionados a essa temática para que pudéssemos nos basear, mas percebemos que existem poucos, o que nos deu ainda mais vontade de prosseguir nessa linha. Temos uma especificidade no nosso estudo, que é buscar a forma com que os jornais da época construíram a ascensão desses movimentos sociais, principalmente na mídia impressa” explica a professora Conceição de Maria.

A escolha do período foi condizente com os anos em que o Brasil passou por um intenso processo de mudança, com a redemocratização do sistema político. “Enxergamos que nessa saída do período autoritário, quando acabou a ditadura militar, os movimentos sociais se fortaleceram”, afirma a pesquisadora Sâmia Maria. A coleta de informações para construção da pesquisa durou meses e se concentrou no Arquivo Público do Estado do Piauí – Casa Anísio Brito. “Como tínhamos muitos jornais para analisar, decidimos priorizar apenas um veículo e o principal critério utilizado na escolha foi o de antiguidade. Assim ficou escolhido o Jornal O Dia. Fomos até o arquivo e identificamos dia a dia, mês a mês, as edições dos jornais para colher as informações que buscávamos”, explica a professora.

A partir da intensa coleta de dados, categorização e análise, foi possível identificar quais os movimentos sociais mais recorrentes na cobertura jornalística do Jornal O Dia. Nos cinco anos pesquisados, as pesquisadoras constataram que dois principais movimentos obtiveram destaque, sendo eles: movimento dos Bancários e dos professores da rede pública estadual. Esses dois movimentos sociais, dentro do seu contexto de reivindicações, ganharam destaque nas notícias jornalísticas da época, por suas atuações em manifestações, paralisações ou greves.

As articulações dos movimentos sociais a nível nacional eram fortes e tomaram relevância no cenário pós-Ditadura. No Piauí, não foi diferente, onde os sindicatos dos bancários e dos professores tiveram bastante relevância. Os sindicatos fazem parte dos movimentos sociais enquanto uma associação de trabalhadores assalariados em busca da garantia e proteção dos seus interesses, como ajustes salariais, condições dignas de trabalho, segurança e autonomia. “Temos a responsabilidade ética de levar o resultado do nosso estudo aos dois principais movimentos sociais encontrados, pois além deles terem nos ajudando nos disponibilizando materiais e informações, também precisamos divulgar para que eles reconheçam suas trajetórias de lutas e conquistas em um período decisivo da nossa história”, complementa a professora Conceição.

Sâmia Maria explica quais as experiências que esse ano de iniciação científica lhe proporcionou.  “O PIBIC foi a minha primeira experiência de iniciação científica, embora desde o começo do curso já tenha tido contato com a pesquisa. Ser pesquisadora do PIBIC possibilitou uma vivência única e intensa. Aprendi a pesquisar, fazer levantamento, procedimento metodológico e execução. Tudo que vivenciei foi muito construtivo para a minha carreira profissional. E pelo tema específico da pesquisa, eu mergulhei em anos que não vivi e pude aprofundar na história do meu Estado e do meu País”, ressalta. Além de incrementar as suas produções acadêmicas no currículo, a estudante complementa que o trabalho também servirá como um impulso para construir o seu trabalho de conclusão de curso.

O próximo passo das pesquisadoras é o de disseminar em plataformas acadêmicas os resultados obtidos na pesquisa, uma vez que o estudo realizado preenche uma lacuna importante na história política do Piauí e do Brasil. As pesquisadoras estão se organizando para, em breve, publicar um livro com as considerações alcançadas.

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