PIBIC UNIFSA: pesquisadoras estudam as evidências científicas do teste de micronúcelos

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As pesquisadoras, Profa. Dra. Maria do Amparo Veloso Magalhães e a estudante de Enfermagem Isabela Soares Uchôa, se dedicaram a estudar, durante o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Centro Universitário Santo Agostinho, as evidências científicas sobre o Teste de Micronúcleo (MN) como biomarcador para pacientes com patologias diversas, por meio de uma revisão integrativa de literatura. Esse tipo de pesquisa sintetiza e discute os resultados das produções acadêmicas publicadas sobre a temática nas principais plataformas e bases de dados e, nos últimos anos, tem despontado nas ciências, sobretudo no campo da saúde, por proporcionar práticas baseadas em evidências – ou seja, fundamentadas no conhecimento científico.

O Teste de Micronúcleos é um procedimento rápido e eficaz, realizado através de uma coleta da mucosa bucal por esfregaço, que possibilita a detecção da perda de material genético, pois a cavidade a oral é uma região capaz de refletir a saúde dos indivíduos por apresentar alterações macroscópicas indicativas de doenças, como o câncer. De acordo com a professora Maria do Amparo “é passada uma escovinha super delicada na bochecha, então coleta-se algumas células do paciente. É indolor, é assintomático, não é desconfortável. Material é levado para o laboratório, onde são preparadas lâminas e avaliada as alterações nas células da mucosa bucal do paciente. Essas alterações podem sinalizar que aquele paciente está exposto a fatores de riscos, que tem uma predisposição maior para desenvolver câncer de boca. Além disso, esse teste também identifica possíveis pacientes com risco maior, ele também serve como marcador de exposição e remoção de exposição de riscos ambientais”, explica.

As pesquisadoras partiram do entendimento de que se trata de um teste simples e eficiente para descrever a instabilidade cromossômica, que pode indicar a predisposição para doenças como o câncer, por isso serviu como ponto de partida para as buscas realizadas na plataforma da Biblioteca Virtual da Saúde – BVS e nas bases de dados PubMed, SciELO e BIREME. “Nós buscamos fazer o levantamento dos artigos desde 1999, que foi o ano de validação do Teste de Micronúcleos, até outubro de 2018. Nós analisamos os artigos e excluímos o que estavam incompletos ou duplicados ou que se afastavam do tema e não tratavam especificamente do teste em seres-humanos. Após as análises, nós montamos um grande quadro e pontuamos as duas principais categorias encontradas: o teste aplicado em pacientes expostos a agentes genotóxicos associado com o risco de câncer e a importância da aplicação do teste em pacientes com doenças diversas”, aponta Isabela Uchôa.

Os resultados encontrados apontaram que o Teste de Micronúcleos ao ser aplicado em pacientes com patologias diversas identificou células malignas antes que evoluíssem para o câncer, agindo na detecção precoce. “O câncer de boca é o 5° no mundo em número de incidência, então é sempre importante buscar dados, informações, subsídios para um diagnóstico precoce, o maior problema é que quando acontece de forma tardia, as pessoas começam a ser mutiladas e as sequelas são muito sérias, pois compromete do ponto de vista funcional e estético. Quanto mais dados a gente obtiver para conscientizar a população da importância do diagnóstico precoce, mas enriquecedor será o processo de cura”, complementa a Profa. Maria do Amparo.

Ainda com base nos resultados, as pesquisadoras identificaram a escassez de artigos publicados tratando de pacientes com doença neurodegenarativas, o que suscitou o interesse em estudar esse ponto em uma nova pesquisa.  “É um tema muito importante de ser estudado e que, no entanto, possui poucos trabalhos publicados que tratam especificamente dessa questão. Pensamos em pesquisar porque o paciente que tem uma doença neurodegenerativa, ele pode apresentar danos no DNA celular, associado à disfunção que eles apresentam. Então a aplicação do teste, que é muito simples, poderia proporcionar um aumento na sua qualidade de vida ao passo que também detectar futuras formações cancerígenas, antes mesmo que essas possam progredir”, explica a estudante Isabela.

As pesquisadoras são unânimes ao considerar o aprendizado desenvolvido ao longo da pesquisa. “O que considero de mais engrandecedor é que os alunos podem se aproximar da construção do conhecimento científico, compreendendo que a ciência não é produzida apenas por cientistas doutores. Mas por eles também, que ainda estão iniciando na vida acadêmica  Foi um trabalho extremamente gratificante, pois seus resultados trazem benefícios para o campo e para a sociedade de maneira geral. Foi enriquecedor e desafiador porque um aluno que está no 3° período, ele está engatinhando na pesquisa, mas o aluno que se descobre capaz e se envolve, ele se desenvolve de maneira brilhante. Então é um trabalho que nos traz grande satisfação como professor/pesquisador e também como instrumento de mudança da ciência e do nosso aluno”, afirma a Profa. Amparo Veloso.

Isabela Uchôa pondera que sua participação na Iniciação Científica foi um grande aprendizado e já pensa em outras participações. “Como aluna ainda não tinha tido contato com a pesquisa, depois dessa experiência aprendi muita coisa sobre a metodologia, pesquisa, ir atrás de artigos, estruturar um trabalho científico. Foi engrandecedor e dentro do nosso tema, mais ainda por saber que um teste de aplicação tão simples, que não gera nenhum trauma ao paciente é eficaz, barato, pode ser super valorizado a ponto de trazer um diagnóstico mais precoce e, dessa forma, pode melhorar seu prognóstico, porque ele vai procurar um tratamento, algo mais especifico para evitar essa instalação da lesão, antes que ela venha a ocorrer. Além do artigo que nós estamos elaborando, tem também um novo projeto para desenvolver, que já é a aplicação do teste nos pacientes com transtornos cognitivos”, finaliza.

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