O Dia da Consciência Negra, marcou a programação do IX Encontro UNIFSA de Cultura Afro Brasileira, nesta quarta-feira, 20 de novembro, quando a data é comemorada. A programação do dia 20 de novembro foi iniciada por uma Roda de diálogo sobre “As discriminações no contexto contemporâneo: um debate interseccional entre gênero e raça”, que contou com a presença do Prof. Me. Kácio Silva (UNIFSA/UESPI), na abertura da atividade. “Esse encontro, a cada ano que passa vai se potencializando, trazendo as discussões que são tão necessárias”, disse Kácio, que é um dos coordenadores do NUAFRI – Núcleo de Estudos Afro-indígenas do UNIFSA.
A Roda de Diálogo teve a participação do egresso de Educação Física Daniel Brito, professor do Instituto Dom Barreto; João Victor de Macêdo, acadêmico de geografia UESPI e rapper do movimento Saraudikebrada. A mediação da mesa foi da aluna de Enfermagem Camila Daniele Silva, integrante do NUAFRI.
Para Daniel Brito, é necessário entender que existe uma hierarquização de desigualdades e opressões. “Quando se fala sobre isso, sobre esses lugares de desigualdade, a gente consegue pensar em nosso papel, como mulher negra, como homem negro, e o papel do outro, já que essa outra pessoa vive esse espaço de privilégio”, explica.
Esse ano, o IX Encontro UNIFSA de Cultura Afro Brasileira elegeu, como tema, o “Racismo, Colorismo e Poéticas Identitárias no Brasil”, centrando suas discussões as questões identitárias negras. “Os/as brasileiros/as têm dificuldade de se reconhecer como negros/as, levando-os a se auto declararem com inúmeras nomenclaturas que variam de acordo com a tonalidade da pele, tais como: mulato, moreno, moreno claro, moreno escuro, canela, pardo, bronze, amarronzado, afro-brasileiro, meio branco e etc”, explica professora Francisca Nascimento, organizadora do evento. Para ela, essas designações são uma forma de se distanciar da designação negro/a. “Esta concepção tem como consequência o enfraquecimento da luta contra o racismo e as discriminações raciais pois, ao não se reconhecer como negros/as muitos afro descendentes não veem a luta antirracista como um problema seu”, explica.