“A importância da preparação financeira para o pós Pandemia” é um tema atual e que tem sido bastante discutido pelos brasileiros, em razão da preocupação com a recessão econômica e as altas taxas de desemprego. No Centro Universitário Santo Agostinho, esse tema foi debatido em uma webconferência realizada na quinta-feira, 28/05, às 20h, na plataforma Blackboard. O professor do UNIFSA, Gorthon Lima Moritz, que é mestre em Engenharia de Produção, bacharel em Ciências Contábeis e bacharel em Direito, recebeu o advogado e matemático, Antônio Cláudio da Silva, que também é mestrando em finanças, têm mais de 30 anos de experiência bancária e ainda é autor de livros na área.
Para iniciar o bate-papo, os professores contextualizaram o cenário econômico atual e os possíveis reflexos financeiros da crise causada pelo coronavírus, em que a forma de funcionamento de muitos negócios teve que ser alterada pelos decretos de distanciamento social. “Foi um acontecimento que pegou todo mundo desprevenido e mais ainda os que têm dificuldades com gestão financeira, mesmo na economia doméstica. O grande problema é que não temos educação financeira, mesmo sendo muito importante ter preocupação com a economia pessoal. Nós somos muito expostos ao consumo, principalmente as gerações mais novas, como os millennialls, que são muito influenciados por tv, mídias sociais e pensam mais no presente, o que é mais importante é estar com um tênis melhor, uma roupa melhor, um carro melhor…”, explicou o advogado Antonio Claudio.
Os participantes da webonconferência foram fazendo perguntas pertinentes ao assunto tratado. Uma delas foi qual a forma para controlar o orçamento doméstico, o professor Gorthon falou sobre o cálculo dos custos e quais custos poderiam ser enxugados nessa situação de crise, além de controlar sistematicamente as receitas e os gastos. O professor Antonio Claudio complementou que também tem que se atentar para a questão emocional da situação financeira, de quem não consegue ter controle sobre as contes, que logo quando o dinheiro acaba vai para o cartão, do cartão entra para o cheque e assim inicia uma escalada rumo ao endividamento. Então, ele sugere que, além da questão técnica, seja levado em consideração o emocional e a conscientização sobre o que é importante fazer.
Perguntados, os professores também falaram sobre os empreendimentos durante a após a pandemia. Segundo o professor Antonio Claudio, o seu conselho é para que invistam em algo que dê liquidez, tendo em vista que o pós-pandemia deve durar em média uns dois anos, então seria melhor investir em algo que gere dinheiro todos os dias. “Ao invés de comprar um carro para passear, por exemplo, seria mais interessante um carro para alugar para o uber. O problema nos próximos anos é o de que os bancos não estão emprestando na velocidade que os empresários estão pedindo, então, a inflação vai aumentar. Tem que fazer uma projeção em doze meses, o quanto você gastaria e o quanto provavelmente irá faturar. O microempreendedor que trabalha com sua própria iniciativa tem que ser criativo, enxergar uma visão lateral, como as costureiras que, na falta de demanda para roupas, agora estão se dedicando a fazer máscaras”, explicou.
Por fim, os professores falaram da importância de pensar estrategicamente a inserção no mercado de trabalho, os investimentos financeiros e os gastos domésticos e que tudo isso passa por um bom planejamento e preparação. Eles reforçaram ainda a importância de uma formação com qualidade técnica, que possibilite analisar e compreender o contexto social e econômico, pois esse é o caminho para boas escolhas, além de um diferencial na hora da contratação e da elaboração de um projeto empreendedor.