Qual a contribuição da Gestão Financeira para o sucesso empresarial? Esse foi o tema do Webinário 17, com a participação do Adm. Esp. Sérgio Quaresma, e do Prof. Me. Stefano Lopes, Coordenador da pós-graduação de Gestão Financeira.
A reflexão dos administradores financeiros recaiu sobre as altas taxas de juros que inviabilizavam financiamentos para negócios. “Hoje temos bancos que têm fornecido taxas de juros baixas, o que favorece o investimento”, diz o professor Stefano. Ele se afirma otimista com o cenário pós-pandemia, especialmente considerando a demanda reprimida de consumo e de novos investimentos. “Acho que depois da pandemia vem muita coisa boa, especialmente, no empreendedorismo. Apesar dessa dificuldade, a vida não para. As pessoas precisam consumir, só precisa saber a logística de como vai rodar isso”, disse.
Sérgio Quaresma concorda. Para ele, hoje, fazer aplicação financeira não é um negócio. “O dinheiro tem que estar girando, criando postos de serviço, tributos. Não é para ficar na aplicação financeira, com o sujeito esperando render”, aconselha.
A pandemia alterou radicalmente a forma de fazer negócios. Essa foi a constatação do Webinário 18 (Futuros possíveis: conversa sobre pessoas, liderança, carreiras e negócios compartilhados”, ministrada pelo Prof. Dr. Tonny Kerley de Alencar Rodrigues, com a moderação do Prof. Me. Rhubens Ewald Moura Ribeiro (Coordenador do MBA Gestão Estratégica
de Pessoas e Liderança). “Nós já estamos no futuro?”, questiona o prof. Tonny Kerley. “O futuro é agora!”. Um exemplo é o campo dos negócios compartilhados, cuja tendência é de crescimento, atingindo patamares antes nunca vistos.
Para o professor Tonny Kerley, esses formatos de negócio, que surgem por marcos regulatórios, se tornarão mais frequentes. “Aquilo que se pode compartilhar, faz sucesso. Aquilo que não se consegue massificar, no sentido de ter muita gente consumindo, a tendência é desaparecer, não vinga. Os negócios compartilhados passarão a ser cada vez mais comuns. Hoje, você aluga carro, roupa, e isso não é novo. Não surgiu com o Uber nem com a bicicletinha do Itaú na orla da praia. Ao longo das últimas décadas, isso tem se intensificado”, disse. Ele cita como exemplo, o compartilhamento de quartos e camas no Japão, país de alta densidade demográfica. “Você acaba usando o quarto em determinado horário, porque em outro horário é usado por outra pessoa”, exemplifica.
A pandemia favoreceu os negócios compartilhados no Brasil também. “Os bazares e outlets sempre existiram, mas o que houve de troca-troca de roupas nessa pandemia foi muito grande, o que envolve a questão de sustentabilidade. Muitas pessoas usaram o cemitério do guarda-roupa para doação nesse momento crítico, outras pessoas, para fazer trocas”, disse.
O prof. Rhubens lembrou que os negócios compartilhados são típicos da quarta revolução industrial, que permitiu que os pequenos negócios se tornassem escaláveis. “Você usa o produto, mas não é mais o seu único proprietário, como acontece com os escritórios compartilhados. São cenários que temos vivenciado e vão forçando mudanças, mesmo quando não quer mudança porque impacta na expansão de negócios”, reflete.
Outro destaque da noite do dia 8 de outubro, na XVIII SEC, foi o webinário com docentes da Psicologia: “Desafios e Perspectivas da Psicologia Pós-Pandemia: O Que Haverá “De Novo” nas Atuações Clínica, Escolar e Organizacional?”, com a moderação da Profa. Dra. Maria Zilda Silva Soares, coordenadora do curso de Psicologia no UNIFSA e a participação da Profa. Esp. Islene Cristina Cardoso de Araújo Tito, Coordenadora da pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental; da Profa. Ma. Janna Érica Paz Linhares Oliveira e da Profa. Ma. Juliana Gomes da Silva Soares Coordenadora da Pós-Graduação em Psicologia Clínica.
A profa. Zilda iniciou com uma reflexão sobre a dimensão existencial na pandemia. “Faço as minhas reflexões sobre este estranho momento, algo que vem atravessando a minha elaboração psicológica: o homem, uma vez investido de energia, toma aquilo que Freud chamou de pulsão de vida, a fim de romper a impotência trazida por este vírus. Saímos numa disputa frenética para mudar de vida e tivemos que ter de paciência”, disse, refletindo por meio de uma das músicas de Milton Nascimento, “Nada Será Como Antes”:
Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Composição: Milton Nascimento / Ronaldo Bastos.
A Profa. Ma. Janna Érica Paz Linhares Oliveira falou em seguida, abordando a Psicologia Escolar Educacional. A professora reflete que houveram mudanças significativas nesta área, refletindo que a própria Psicologia como um todo vem amadurecendo ao longo dos anos. “Não temos a mesma Psicologia que tínhamos no Século XIX. Saímos de uma perspectiva biomética, elitista, excludente e ampliamos o olhar para incluir outros saberes”, disse. Ela explica que a Psicologia Escolar também passou por um processo de amadurecimento, sendo forçada a amadurecer ainda mais nesse contexto de pandemia. “Vejo isso como uma potencialidade para o desenvolvimento de potencialidades criativas. Mas é preciso estar aberto para as mudanças e para esse novo”, explica, lembrando que “toda crise é um momento que nos leva a reconstrução e a novas práticas”.
A Profa. Esp. Islene Cristina Cardoso de Araújo Tito, Coordenadora da pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental, falou sobre a Psicologia Organizacional. “Vou falar sobre a área pela qual me apaixonei há alguns anos: a Psicologia Organizacional, nesse momento e neste contexto muito complexo em relação ao trabalho, quando se trabalho está tão vulnerável e precarizado”, diz. Segundo ela, estamos tentando refletir sobre um pós-pandemia, sobre o que precisa ser mantido e o que precisa ser renovado, “mas a verdade é que ainda estamos vivendo a pandemia”, conclui.
Uma das questões do mundo do trabalho atual é o trabalho remoto. “Profissionais já atuavam no trabalho remoto, mas com a pandemia, todos tivemos que migrar para o formato remoto, de uma forma rápida e sem muito preparo”, avalia. Para a psicóloga, trabalhar em casa pode significar ter que lidar com muitas questões estruturais e psicológicas e dentro de um contexto pandêmico. “Há pesquisas mostrando que quem vivencia o trabalho remoto experimenta um cansaço mental muito maior do que aquele vivenciado no trabalho presencial”, diz.
A última a falar na mesa foi a Profa. Ma. Juliana Gomes da Silva Soares Coordenadora da Pós-Graduação em Psicologia Clínica. A sua fala era sobre o papel da Psicologia Clínica durante e após a pandemia do Covid 19. Para ela, há um mal estar generalizado em decorrência da pandemia. “Mas temos que suportar esse mal estar em nome de um bem maior”, diz.
Muitos psicólogos estão fazendo atendimentos de maneira remota. Juliana explica que o atendimento psicológico remoto é uma realidade desde 2018.
“Pensar no pós-pandemia é algo difícil, não temos certeza de como vai acontecer. Mas é uma tendência que esses atendimentos remotos se consolidem. E se tem falado muito na possibilidade de atendimentos híbridos, que aconteçam tanto de maneira remota, com uso de ferramentas tecnológicas, e de forma presencial”, explica.
Para ela, a superação do atual momento pandêmico irá exigir muita criatividade, que irá nos guiar para o novo, aquilo que vem. “Que possamos criar algo diferente e que sejamos inventivos, sem deixar de lado o ‘tradicional’. Já que não temos como prever esse futuro, podemos nos preparar estudando e nos cuidando. Só poderemos exercer essas habilidades novas com o nosso cuidado emocional”, disse.