Formada em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (2011), Julianna Sampaio comemorou os primeiros dez anos de sua carreira com um livro: “Dez Anos em Seis Histórias: a Psicologia que Aprendi Depois que me Formei” (Editora Porto Social).
O livro reúne as histórias de pessoas ela conheceu ao longo de sua trajetória profissional. “Eu vou contando as minhas histórias, mas não é um livro sobre mim, uma autobiografia; não é um livro sobre Psicologia. É um livro de histórias de pessoas que podem ser contadas a partir da Psicologia”, explica.
São seis histórias de pessoas que conheci depois que me formei e que me ensinaram coisas que a graduação não havia me preparado. A ideia é dizer que o processo formativo continua acontecendo depois de se formar.
Julianna Sampaio – Psicologia e Autora
Mas a motivação para fazer o livro veio de sua experiência como psicóloga em um hospital durante a pandemia. “E era um trabalho que estava se tornando pesado”, conta.
Julianna diz que sempre gostou da experiência de escrever, mas não se considera uma escritora. “Acho que a escrita é uma importante forma de se comunicar”, resume.
As estratégias de lançamento focaram nas redes sociais da autora. Entre outubro a dezembro de 2021, Julianna produziu vídeos engraçados, e os posts viralizaram na cidade em que ela vivia, Parnaíba, no litoral piauiense. “Eu já fazia vídeo, porque em Parnaíba eu era blogueira de comida”, brinca. Ela diz que considera o Instagram uma rede social de imagens. “Mas no meu instagram tem sempre um textão. Aliás, tenho uma outra ideia que ´é fazer um livro com textos que fiz para essa rede”.
O instagram também foi fundamental em várias etapas do projeto editorial.
Ela conta que desde a concepção do livro, divulgação e venda da obra, as redes sociais foram essenciais ao processo. “Foi meio por brincadeira, mas a repercussão foi muito boa. Tive uma resposta muito interessante das pessoas. Teve gente que mandou mensagem dizendo que o livro emocionou”, conta.
Eu recomendo a leitura do “Dez em Seis” porque o psicólogo é convocado a atuar em cenários que, muitas vezes, não temos discutido de forma aprofundada na graduação, como por exemplo, como proceder diante da pobreza, da fome, do luto e perda, e das nossas inseguranças pessoais. E é sobre isso que discuto no livro, em uma perspectiva pessoal.
Julianna Sampaio – Psicologia e Autora
A capa do livro, que traz uma borboleta colorida, guarda um simbolismo. “Apesar de contar as histórias de forma cronológica, é o tempo da vida acontecendo e essa borboleta da capa existiu. É uma borboleta que estava na porta do setor covid no hospital em que trabalhava, em maio de 2020, que foi período mais intenso de mortes. Borboletas não são comuns em portas de hospital e quem passava por ela, tirava fotos. Essa borboleta teve um papel: o de renovar as esperanças, indicar que as coisas iriam melhorar. Quis que ela ilustrasse a capa para remeter a um tempo da vida em que se renovam as esperanças”, explica.
