Hoje, 11 de dezembro de 2020, o dia acordou triste, diferente. Mesmo em um ano tão difícil e com tantos desafios, um dos maiores se apresentou nessa manhã: enfrentar a dor causada pela partida precoce e inesperada de um grande amigo, Diego Miranda Mota, que faz parte da história do Centro Universitário Santo Agostinho de tantas maneiras, que fica até difícil descrevê-las, principalmente tomados pela emoção do momento. Mas tentaremos, em homenagem à sua grande contribuição a nossa instituição, resumir um pouco dessa trajetória de 14 anos de parceria e amizade, mas conscientes de que muito mais está registrado na memória de todos aqueles que tiveram a honra de conviver com um ser-humano tão especial.
Diego iniciou o seu curso de Fisioterapia no UNIFSA em 2006, segundo ele, motivado pelo esporte (sua grande paixão). “Pratico esporte desde 1997 e passei por várias lesões, assim, vi a importância da Fisioterapia para a vida do atleta”, disse em matéria publicada em 2015. Como aluno-atleta de judô, apoiado pela instituição, ele conquistou o vice-campeonato brasileiro regional em 2006 e 2007 na sua categoria e vivenciou de perto o projeto que, depois de formado, ele mesmo coordenaria. Enquanto aluno, Diego marcou a memória de professores e colegas pela sua alegria contagiante, mas sempre focado em seus objetivos, sobretudo quando se tratava de aliar os cuidados de fisioterapia com o esporte, o que lhe rendeu uma vaga na Confederação Brasileira de Desporto Universitário.
Como fisioterapeuta, Diego buscou se especializar em Fisioterapia esportiva e traumato-ortopédica, tornando-se referência na área. Foi fisioterapeuta do Centro de Treinamento Sarah Menezes e do Clube Joca Claudino de Badminton, atuou na Confederação Brasileira de Judô para atender a campeã olímpica Sarah Menezes e também como fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Badminton e ParaBadminton, participando de competições nacionais e internacionais, incluindo jogos pan-americanos. Além de atender atletas amadores em clínicas e consultórios e supervisionar os estágios dos acadêmicos de Fisioterapia do UNIFSA.
Engajado em contribuir para alavancar o esporte local, Diego construiu relação estreita com confederações de diversas modalidades esportivas, sempre com seu jeito afetuoso de tratar a todos e com o desejo de profissionalizar, cada vez mais, os cuidados com os atletas. Diego montou uma equipe de estagiários de fisioterapia do UNIFSA para dar suporte em diversas competições esportivas, como forma de prestigiar os eventos locais, ao tempo em que incentivava os alunos no desenvolvimento de habilidades para os cuidados desportivos, segundo ele, necessários para qualquer equipe de alto rendimento. “Estamos estimulando uma leva de novos profissionais voltados para a Fisioterapia no esporte”.
Simultaneamente, Diego coordenou o Projeto de Incentivo ao Esporte do UNIFSA, dispondo de seu conhecimento para colaborar no auxílio a novos atletas, função que sempre exerceu com muito orgulho e comprometimento, ciente das transformações positivas que educação e esporte são capazes de realizar na vida dos jovens.
“Minhas experiências no esporte contribuem para que eu esteja sempre atento ao aparecimento de novos talentos e sobre como podemos colaborar para o desenvolvimento do esporte por meio do apoio aos atletas locais. O programa de Esportes do UNIFSA tem uma função de responsabilidade social muito importante e é isso que fazemos aqui”, resumiu quando questionado, em 2019, sobre seu trabalho na instituição.
Pessoalmente, sua vida também se entrelaça com a do UNIFSA, casado com a professora do curso de Fisioterapia, Seânia Santos, com quem tem três filhos; Diego também trouxe os irmãos para estudarem na instituição, que ele sempre definiu como “segunda casa”. Muito mais do que um excelente e empenhado profissional que se formou e tornou-se colaborador no UNIFSA, aqui, Diego construiu amizades, participou de conquistas importantes, viabilizou ótimas parcerias, possibilitou que vários atletas, dentre eles Francielton Farias (medalhista nos jogos pan-americanos de Badminton), obtivessem incentivo e apoio, distribuiu seu bom-humor e conquistou admiração e carinho por sua personalidade tão extrovertida e generosa.
Hoje somos invadidos pelo sentimento de saudade e perda, porém não podemos deixar de lado a gratidão por passagens tão lindas deixadas por Diego Mota em nossa história. Estamos tristes, mas certos de que em algum momento as boas lembranças superarão a dor da separação. Como sua segunda casa, oferecemos apoio e solidariedade a todos os familiares e amigos e rogamos a Deus serenidade para passar por esse doloroso momento.